domingo, 13 de setembro de 2009

Uma sociedade em movimento




Ao desembarcar na America, o africano imediatamente assumia a condição social mais baixa que existia na colônia: a de escravo. Não fazia diferença se na África ele tinha sido rei, príncipe ou agricultor. No extremo oposto dessa condição social estava os seus senhores, vindos da Europa ou nascidos na America.
No inicio do sec. XVI, Portugal era considerado na Europa, como uma das principais potencias; embora fosse pequeno em território e contasse com uma população minúscula. Ainda assim, esse contingente precisava ser dividido entre todas as novas conquistas ultramarinhas, pois a ocupação dessas terras era a forma de garantir a posse. Então, para o Brasil veio todo tipo de gente, de degredados ate ricos senhores.
Para o colono português, a família tinha um significado fundamental, pois viver em família garantia ao individuo uma condição social digna permitindo a ele, nutrir expectativa de progredir, ou seja, de acumular riquezas.
A casa foi à principal expressão da família. É a casa-grande foi à expressão máxima de prestigio e sucesso na economia colonial.
(...) as casas seriam, mesmo as dos grandes senhores, simples, pobres, acanhadas e vazias de objetos. Somente no decorrer do sec. XIX a riqueza passou a ser espelhada no formato e no interior das residências. (....). Foi também nesse século que o habito de usar talheres, considerado sofisticado, passou a ser usado. Antes se comia agachado ou acocorado no chão usando as próprias mãos.
(...) Na colônia, a ostentação do poder e prestigio estava na propriedade de escravos, no volume de sua produção, na riqueza dos trajes e complementos, inclusive de cativos e de arreios dos animais de montaria, quando se encontravam em espaço publico. (...) FARIA, Sheila de Castro. Nossa Historia, ano 2, n.16, fev.2005, p.60.
Nesse texto podemos perceber que o requinte e opulência atribuídos ao modo de vida dos senhores colônias do Brasil, não foram encontrados ao se realizar pesquisas mais profundas.
Nessa sociedade rural, a casa-grande era o centro da vida cultural e social. Comandada de forma absoluta pelo senhor de engenho, ali se realizavam as mais diversas atividades doméstica, cerimônias religiosas e as festas. Em seu interior conviviam de forma intensa os mais diversos personagens: parentes, trabalhadores livres, filhos ilegítimos, agregados de diversas naturezas e, os escravos domésticos.